quinta-feira, 30 de abril de 2009

SÓ SE VÊ SOFRIMENTO


No mundo que o homem criou, só se vê sofrimento
Acabam sofrendo todos, por falta de ensinamento
Não mostram o caminho certo, não dão amor e alento
Aqui todo mundo vive, num verdadeiro tormento
De alguém que nunca sofreu, não se tem conhecimento
.
Tem todos os tipos de ódio, mágoa, inveja e rancor
Cada um sofre de um mal, que ele mesmo procurou
Sofre só por não ter fé, humildade e amor
Por isso vai aumentando, o número de sofredores
.
Aqui só existe vingança, não perdoam quem errou
A maioria sente ódio, poucos sentem amor
Para toda maldade, sempre tem um professor
Difícil quem fala a Verdade, e nunca se maculou
.
Poucos têm dignidade, e aqui fazem justiça
Aqui só é condenado, quem não usa a mentira
Os Puros e os Justos, e os que não fazem intriga
Vence sempre o que mente mais, e quem a justiça complica
.
Condenam muitos inocentes, sem toda Verdade saber
Acreditam nas mentiras, dos que acostumaram a dizer
Nos que com mentiras convencem, para o mal acontecer
Naqueles que sempre mentiram, e que dizem o que não vê
.
Aqui a justiça protege, quem tem o poder nas mãos
O dinheiro defende tudo, condenam os sem proteção
Muitos pegam pena de morte, outros jamais saem da prisão
Quem não tem poder e dinheiro, liberdade aqui não dão
.
Para ganhar o pão, como escravo tem que trabalhar
Quem tem poder e dinheiro, manda roubar e matar
O dinheiro lhes garante, para a justiça comprar
Processam só de mentira, nunca chegam a julgar

segunda-feira, 27 de abril de 2009

INFÂNCIA


A infância é o sorriso da existência no horizonte da vida.
Representa esperança que o pessimismo não pode modificar. É mensagem de amor para o cansaço no refúgio do desencantamento, a fulgir no sacrário da oportunidade nova.
É experiência em começo que nos compete orientar e conduzir.
É luz a agigantar-se aguardando o azeite do nosso desvelo.
É sinfonia em preparação... nota solitária que o Músico Divino utilizará na sucessão dos dias para a grande mensagem ao mundo conturbado.
Atendamos o infante oferecendo, à manhã da vida, a promessa de um futuro seguro.
Nem a energia improdutiva; nem o caminho pernicioso; nem a assistência socorrista prejudicial às fontes do valor pessoal; nem a negligência em nome da confiança no Pai de todos; nem a vigilância que deprime; nem o arsenal de descuidos em respeito falso ao futuro homem...
Mas, acima de tudo, comedimento de atitudes com manancial farto de recursos pessoais e exemplos fecundos, porquanto as bases do futuro encontram-se na criança de hoje, tanto quanto o fruto do porvir dormita na flor perfumada de agora.
Cuidemos do infante, oferecendo o carinho fraterno dos nossos recursos, confiados de que, um dia seremos convidados a oferecer ao Pai Misericordioso o resultado da nossa atuação junto àquele cuja guarda esteve aos cuidados do nosso coração. *

sábado, 25 de abril de 2009

QUASE


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque que a rotina acomode que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.”
*

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O ETERNO DESCONTENTE

Um homem descontente com a sorte queixava-se de Deus.
_ Deus _ dizia ele _ dá aos outros as riquezas e a mim dá coisa alguma. Como é que eu hei de poder fazer o meu caminho nesta vida, sem nada possuir?
Um velho ouviu estas palavras e disse-lhes:
_ Acaso és tu tão pobre quanto dizes? Deus não te deu, porventura, saúde e mocidade?
_ Não digo que não e até me orgulho bastante da minha força e do verdor dos meus anos.
O velho então pegou na mão direita do homem e perguntou - lhe:
_ Deixa cortar-te essa mão por mil rublos?
_ Nem por doze mil!
_ E a esquerda?
_ Também não!
_ E por dez mil rublos consentirias em ficar cego por toda a vida?
_ Nem um olho dava por tal dinheiro!
_ Vês _ observou o velho _ que riqueza Deus te deu e tu ainda te queixas?