quinta-feira, 2 de abril de 2009

O ETERNO DESCONTENTE

Um homem descontente com a sorte queixava-se de Deus.
_ Deus _ dizia ele _ dá aos outros as riquezas e a mim dá coisa alguma. Como é que eu hei de poder fazer o meu caminho nesta vida, sem nada possuir?
Um velho ouviu estas palavras e disse-lhes:
_ Acaso és tu tão pobre quanto dizes? Deus não te deu, porventura, saúde e mocidade?
_ Não digo que não e até me orgulho bastante da minha força e do verdor dos meus anos.
O velho então pegou na mão direita do homem e perguntou - lhe:
_ Deixa cortar-te essa mão por mil rublos?
_ Nem por doze mil!
_ E a esquerda?
_ Também não!
_ E por dez mil rublos consentirias em ficar cego por toda a vida?
_ Nem um olho dava por tal dinheiro!
_ Vês _ observou o velho _ que riqueza Deus te deu e tu ainda te queixas?